Mulheres na Gestão e Direção de Instituições
Palestrante: Profa. Dra. Maysa Furlan – Reitora da UNESP
Resumo: Ser mulher é romper desafios diários. As mulheres muitas vezes enfrentam barreiras na carreira, sendo em algumas ocasiões forçadas a escolher entre sua carreira e a maternidade, em um sistema ainda construído em torno dos homens. Acostumadas a lutar pela igualdade de gênero e de oportunidades, suas vozes e lutas fazem das mulheres líderes natas, competentes e essenciais para o desenvolvimento de uma sociedade justa e equânime. Portanto, nossa luta é essencial para continuarmos a explorar nossos potenciais e oportunidades e ampliarmos assim a atuação das mulheres em cargos de liderança, tanto no mercado de trabalho como na academia para que participem ativamente de importantes tomadas de decisões. Sem igualdade de gênero, um futuro menos marginalizado das mulheres permanecerá fora de alcance. Na atualidade, as mulheres se configuram maioria no ambiente acadêmico do país. De maneira geral e, dependendo da área de conhecimento, as mulheres mostram maior presença tanto na Graduação, quanto na Pós-graduação. Um relatório recém-publicado – “Índex da igualdade de gênero nas universidades públicas do estado de São Paulo” mostra que após ingressarem na carreira docente, a ascensão ainda encontra muitos desafios. Em média, no início da carreira as mulheres representam 44,8% do total de docentes das seis instituições de ensino superior público do estado de São Paulo e decresce para 40,6% de professores associados e para 29,4% de titulares. Esses números, corroboram a existência de barreiras à inclusão e ascensão feminina na academia e, consequentemente, em cargos de gestão e liderança que exigem titulação máxima. Assim, é importante conhecer a realidade de gênero das universidades paulistas para que possamos balizar políticas de inclusão e monitorar seus efeitos no futuro. A memória sobre a participação das mulheres nas universidades paulistas traz luz sobre os desafios e permite olhar para as carreiras, refletir e avançar quanto participação das mulheres em cargos de liderança em nossas instituições.
Maysa Furlan é Professora Titular do Instituto de Química da UNESP, Araraquara. Bolsista de Produtividade do CNPq, nível 1A. Membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Academia de Ciências do estado de São Paulo (ACIESP). Foi Vice-Reitora (2021-2024) e atual Reitora da UNESP (2025-2029). Bacharel em Química pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Mestre em Química Orgânica e Doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP/SP). Realizou Pós-Doutorado no Institute of Biological Chemistry, Washington State University, EUA. Foi Diretora do Instituto de Química da UNESP de 2004-2008 e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Química (2000-2004). Foi editora associada do periódico Journal of the Brazilian Chemical Society, no período de 2004-2006. Foi assessora da Pró-Reitoria de Pesquisa da UNESP, no período de 2008-2016 e coordenadora do Programa Institucional de Iniciação Cientifica PIBIC/PIBITI/CNPq da UNESP, no período de 2012-2016. Foi avaliadora de projetos de infraestrutura FINEP em 2014, 2015 e 2016. Foi Pró-Reitora interina de Pesquisa e de Graduação da UNESP em 2016. Foi membro titular do comitê assessor da avaliação dos programas de pós-graduação da área de Química na CAPES no período de 2006-2012 e coordenadora adjunta da área de Química de 2013-2021. Foi membro da coordenação de área da Química na FAPESP de 2020-2023. Foi membro do Conselho Consultivo da Sociedade Brasileira de Química. Possui colaboração em pesquisa com grupos internacionais e participou ativamente do programa de internacionalização da UNESP, no período de 2012-2016, promovendo a divulgação de seus grupos de pesquisa e possibilidades de intercâmbio científico durante missões e apresentações em universidades de classe mundial na Alemanha, Bélgica e Canadá. Ministrou diversas palestras em eventos nacionais e internacionais. É pesquisadora principal do Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar). Recebeu a Medalha Simão Mathias da Sociedade Brasileira de Química pela contribuição ao desenvolvimento da Química. Tem experiência na área de Química Orgânica, especialmente nos aspectos estruturais, biológicos e biossintéticos de Produtos Naturais, com ênfase em Biologia Sintética.