Tecnologias digitais no ensino de Química: do analógico à inteligência artificial
Palestrante: Prof. Dr. Bruno Silva Leite -Diretor da Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química
Resumo: As tecnologias digitais ocupam um papel cada vez mais central nos processos de ensino e aprendizagem, influenciando significativamente as práticas pedagógicas nas diferentes áreas do conhecimento, incluindo o ensino de Química. A palestra “Tecnologias digitais no ensino de Química: do analógico à inteligência artificial” propõe uma reflexão crítica sobre a trajetória histórica e epistemológica do uso dessas tecnologias, desde os recursos analógicos (como vídeos, softwares, simulações) até os atuais ambientes digitais mediados por plataformas interativas e recursos baseadas em inteligência artificial. Pretende-se discutir de que maneira tais tecnologias foram (e ainda são) incorporadas às práticas docentes, questionando o mito da tecnologia como solução universal (“panaceia”) para os desafios do ensino de Química. A exposição abordará, ainda, os impactos das tecnologias emergentes, em especial da inteligência artificial generativa, sobre a formação de professores, o desenvolvimento da autonomia discente e a personalização das aprendizagens. Serão apresentadas estratégias pedagógicas que ilustram diferentes modos de integração das tecnologias digitais, desde abordagens tecnicistas voltadas à eficiência instrucional até experiências inovadoras ancoradas em metodologias ativas, aprendizagem baseada em problemas, gamificação e ambientes colaborativos mediados por IA. Busca-se, com isso, fomentar o debate sobre o papel crítico, criativo e ético das tecnologias digitais na construção do conhecimento químico e na redefinição das relações entre ensino, aprendizagem e inovação educacional.
Bruno Silva Leite é Professor de Tecnologias no Ensino de Química da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. Licenciado em Química, mestre em Ensino das Ciências e doutor em Química Computacional, é coordenador do curso de Licenciatura em Química da UFRPE e docente permanente nos programas de pós-graduação em Ensino das Ciências (PPGEC), no Doutorado em Ensino da Rede Nordeste (RENOEN) e no Mestrado Profissional em Química em Rede Nacional (PROFQUI). Coordena o grupo de pesquisa LEUTEQ (Laboratório para Educação Ubíqua e Tecnológica no Ensino de Química). Na Sociedade Brasileira de Química (SBQ), é diretor da Divisão de Ensino (mandatos 2022–2024 e 2024–2026), tendo sido anteriormente vice-diretor e tesoureiro da Regional Pernambuco. É também coordenador da seção Educação em Química e Multimídia da revista Química Nova na Escola. Suas pesquisas concentram-se em tecnologias digitais e inteligência artificial no ensino de Química, metodologias ativas e aprendizagem tecnológica ativa, gamificação e ensino híbrido, além da produção de materiais educativos e divulgação científica.

